A UTILIZAÇÃO DO TEMA “PLANTAS MEDICINAIS” PARA CONTEXTUALIZAR AS AULAS DE BOTÂNICA NO ENSINO MÉDIO

Maria Nazaré Silva Mayrink Pimentel de Melo, Lorena Ferrari Uceli, José Vicente Paula Gomes Filho, Juliana de Lima Passos Rezende

Resumo


O ensino de Botânica, na maioria das instituições, é subvalorizado e possui teor livresco, baseado em lista de nomes a serem memorizados, que nem sempre produzem significado ou são compreendidos pelos alunos. Uma das formas de modificar a relação tanto dos alunos quanto dos docentes com o ensino de Botânica seria contextualizar o conteúdo, trazendo para a sala de aula conhecimentos e discussões que perpassem aspectos da vida comum. Dentre os conhecimentos populares que podem ser utilizados como objeto de estudo da Botânica estão as plantas medicinais. O presente estudo teve como objetivo acompanhar o desenvolvimento e a apresentação de uma pesquisa com o tema “plantas medicinais” em uma turma de 2º ano do Ensino Médio de uma escola particular na cidade de Contagem, MG, como metodologia para a introdução do conteúdo de Botânica. Foi investigado o conhecimento prévio dos alunos a respeito do tema e o conhecimento adquirido por eles após a realização do trabalho, por meio de um questionário contendo cinco perguntas dissertativas. Os questionários aplicados anteriormente e posteriormente às apresentações foram analisados, apresentando resultados relevantes em relação ao conhecimento dos alunos a respeito do tema e à confiabilidade nos princípios medicinais das plantas. Pode-se perceber que a abordagem do tema “plantas medicinais” como introdução contextualizada ao conteúdo de Botânica foi bastante efetiva, permitindo que os alunos tivessem um olhar diferenciado sobre as plantas, começassem a percebê-las cotidianamente e, com isso, dessem mais valor ao conhecimento de suas propriedades.

Palavras-chave


Ensino de Botânica. Plantas medicinais. Alfabetização Científica.

Texto completo:

PDF

Referências


AGUILAR, T. Alfabetización científica para la ciudadanía. Madrid: Narcea. 1999. 120p.

AUSUBEL, D. P. Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Plátano Edições Técnicas, 2003. 226 p.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Ensino Médio. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2018.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+). Ciências da Natureza e Matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2006.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC/SEF, 2000.

CRUZ, L. P.; JOAQUIM, W. M.; FURLAN, M. R. O estudo de plantas medicinais no ensino fundamental: uma possibilidade para o ensino de Botânica. Thesis, São Paulo, ano VII, n. 15, p. 78-92, 1º semestre de 2011.

KOVALSKI, M. L.; OBARA, A. T.; FIGUEIREDO, M. C. Diálogo dos saberes: o conhecimento científico e popular das planas medicinais na escola. In: VIII ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS – ENPEC/ABRAPEC. Anais [...], 2011. Disponível em: http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R1647-1.pdf. Acesso em: 28 maio 2018.

MACIEL, M. A. M.; PINTO, Â. C.; VEIGA JR., Valdir F. Plantas medicinais: a necessidade de estudos multidisciplinares. Química Nova, São Paulo, v. 25, n. 3, p. 429-438, maio/jun. 2002.

MELIS, J. V.; VIEIRA, A. O. S. O conhecimento de plantas medicinais em uma comunidade rural de Londrina, Paraná. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, n. 1, p. 411-413, jul. 2007.

MELO, E. A. et al. A aprendizagem de Botânica no ensino fundamental: dificuldades e desafios. Scientia Plena, Sergipe, v. 8, n. 10, p. 1-8, out. 2012.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Regulatory situation of herbal medinices. A worldwild review. Bulletin of the World Health Organization, Geneva, 1998. Disponível em: http://apps.who.int/medicinedocs/pdf/whozip57e/whozip57e.pdf. Acesso em: 02 jul. 2018.

PAMPLONA, F. A. Quais são e para que servem os medicamentos à base de Cannabis? Revista da Biologia, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 28-35, 2014.

PUIGCERVER, M.; SANS, M. C. Vacas locas, enseñanza: aprendizaje y alfabetización científica. Alambique – Didáctica de las ciencias experimentales, n. 32, p. 24-31, 2002.

SCHNETZLER, R. P. Construção do conhecimento e ensino de Ciências. Em Aberto, Brasília, ano 11, n. 55, 1992.

SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. Alfabetização Científica: uma revisão bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências, v. 16, n. 1, p. 59-77, 2011.

SCARPA, D. L.; CAMPOS, N. F. Potencialidades do ensino de Biologia por Investigação. Estudos Avançados, v. 32, n. 94, p. 25-41, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142018000300025&lng=en&nrm=iso. Acessa em: 16 mar. 2019.

SILVA, J. N.; GHILARDI-LOPES, N. P. Botânica no Ensino Fundamental: diagnóstico de dificuldades e da percepção e representação da biodiversidade vegetal por estudantes de escolas da região metropolitana de São Paulo. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, v. 13, n. 2, p. 115-136, 2014.

SILVA, M. R. A utilização do conhecimento de plantas medicinais como ferramenta para estimular a preservação ambiental. Revista Monografias Ambientais, Santa Maria, v. 6, n. 6, p. 1354-1380, mar. 2012.

SILVA, M. J.; SAMPAIO, S. M. V.; COFFANI-NUNES, J. V. O que dizem os professores das escolas públicas de Maceió sobre o ensino de Botânica? Revista da SBEnBio, n. 7, p. 5503-5514, out. 2014.

SILVA, T. S. S.; MARISCO, G. Conhecimento etnobotânico dos alunos de uma escola pública no município de Vitória da Conquista/BA sobre plantas medicinais. BioFar – Revista de Biologia e Farmácia, Paraíba v. 9, n.2, p. 62-73, 2013.

VEIGA JR., V. F.; PINTO, A.C.; MACIEL, M. A. M. Plantas medicinais: cura segura? Química Nova, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 519-528, 2005.




DOI: https://doi.org/10.29031/pedf.v14i11.369

Direitos autorais 2019 Pedagogia em Foco

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

Licença Creative Commons

Pedagog. Foco, Iturama (MG) - ISSN 2178-3039